Dentro de um mês, 102 produtos importados dos Estados Unidos ficarão mais caros. O governo brasileiro divulgou nesta segunda-feira a lista autorizada pela Organização Mundial do Comércio (OMC). A OMC permitiu que o Brasil sobretaxe os produtos americanos em até US$ 829 milhões em retaliação cruzada - ou seja, não só bens como serviços e propriedade intelectual serão sobretaxados. É o segundo maior valor já autorizado pela organização.
A Câmara de Comércio Exterior (Camex), do Ministério do Desenvolvimento, estima que a retaliação apenas de bens será de, pelo menos, US$ 591 milhões. Os cálculos foram feitos com base na importação brasileira de 2008.
De acordo com Carlos Márcio Cozendey, diretor do departamento de política econômica do Itamaraty os produtos que vão sofrer aumento de impostos não representam uma grande proporção das importações brasileiras de produtos americanos.
"Evitamos sobretaxar produtos que não têm outros fornecedores que não os Estados Unidos e também produtos que o mercado brasileiro não consegue suprir. Esse período de 30 dias servirá, inclusive, para que os comerciantes tomem uma decisão e mudem seus importadores", explicou.
No caso dos celulares, por exemplo, a participação americana no mercado brasileiro, em 2008, foi apenas de 2%.
De acordo com a secretária-executiva da Câmara de Comércio Exterior, Lyhta Spíndola, o caso do trigo americano foi exceção em 2008. "Tivemos problemas com a exportação argentina e canadense e, dos US$ 374 milhões exportados em produtos agrícolas dos EUA, US$ 318 milhões foi apenas de trigo", destacou.
As sobretaxas vão valer por um período de um ano. Neste tempo, os EUA podem apresentar contraproposta ou aceitar as condições impostas pela OMC - diminuir os incentivos domésticos dados a produtores de algodão do país e garantir o acesso de produtos de outras nações ao mercado americano. Se nada acontecer nesse período, as medidas continuarão em vigor.
Lytha destacou que o Brasil não era favorável à retaliação. "Esse é um desafio muito grande para países que têm o direito de aplicar sanções. Nós sempre estivemos aberto a negociações, mas depois de oito anos de litígio e sem resposta dos EUA, não havia mais opções para o Brasil", argumentou.
A OMC autorizou o Brasil a aumentar os impostos sobre produtos americanos em até 100 pontos percentuais. A maior parte desses produtos, no entanto, tiveram as alíquotas dobradas. Foi o caso do paracetamol, que passou de 14% para 28%.
Luciana Cobucci
Direto de Brasília
Especial para o Terra
08 março 2010
Pelo menos 500 morrem em massacre étnico na Nigéria
Islâmicos da etnia fulani invadiram casas de mataram todos que encontraram, incluindo mulheres e crianças
JOS - O confronto étnico-religioso ocorrido no domingo perto de Jos, no norte da Nigéria, deixou pelo menos 500 mortos, informou nesta segunda-feira, 8, o porta-voz do governo do estado de Plateau, Gregory Yenlong.
Armados com revólveres, metralhadoras e machados, pastores da etnia fulani invadiram as casas das cidades de Dogo Na Hauwa, Ratsat e Jeji no domingo e mataram todos que encontraram pela frente, incluindo mulheres e crianças.
"Nós conseguimos fazer 95 prisões, mas ao mesmo tempo mais de 500 pessoas foram mortas nesse abominável ato", afirmou o nigeriano Dan Manjang, por telefone.
Acredita-se que o massacre, ocorrido a menos de 2 quilômetros da casa do governador de Plateau, Jonah Jang, tenha sido a resposta dos pastores aos confrontos religiosos de janeiro passado, que deixaram 326 mortos. Na ocasião, o incidente foi considerado pelos membros da etnia fulani uma ação organizada para assassinar muçulmanos.
O governo de Plateau anunciou um funeral coletivo para as vítimas. O presidente interino da Nigéria, Goodluck Jonathan, se reuniu com as agências de segurança do Estado e afirmou que os soldados estão em alerta vermelho. O massacre aconteceu mesmo com a imposição de um toque de recolher, que vigora na região das 18h às 6h desde janeiro passado.
Acredita-se que o motivo dos enfrentamentos na região seja a luta pela exploração de terras de cultivo entre cristãos e animistas, de um lado, e pastores muçulmanos fulanis, do outro.
Os conflitos envolvendo cristãos e muçulmanos na Nigéria já deixaram mais de 12 mil mortos desde 1999, quando foi implantada a sharia (lei islâmica) em 12 estados do norte do país.
Fonte: Estadão
JOS - O confronto étnico-religioso ocorrido no domingo perto de Jos, no norte da Nigéria, deixou pelo menos 500 mortos, informou nesta segunda-feira, 8, o porta-voz do governo do estado de Plateau, Gregory Yenlong.
Armados com revólveres, metralhadoras e machados, pastores da etnia fulani invadiram as casas das cidades de Dogo Na Hauwa, Ratsat e Jeji no domingo e mataram todos que encontraram pela frente, incluindo mulheres e crianças.
"Nós conseguimos fazer 95 prisões, mas ao mesmo tempo mais de 500 pessoas foram mortas nesse abominável ato", afirmou o nigeriano Dan Manjang, por telefone.
Acredita-se que o massacre, ocorrido a menos de 2 quilômetros da casa do governador de Plateau, Jonah Jang, tenha sido a resposta dos pastores aos confrontos religiosos de janeiro passado, que deixaram 326 mortos. Na ocasião, o incidente foi considerado pelos membros da etnia fulani uma ação organizada para assassinar muçulmanos.
O governo de Plateau anunciou um funeral coletivo para as vítimas. O presidente interino da Nigéria, Goodluck Jonathan, se reuniu com as agências de segurança do Estado e afirmou que os soldados estão em alerta vermelho. O massacre aconteceu mesmo com a imposição de um toque de recolher, que vigora na região das 18h às 6h desde janeiro passado.
Acredita-se que o motivo dos enfrentamentos na região seja a luta pela exploração de terras de cultivo entre cristãos e animistas, de um lado, e pastores muçulmanos fulanis, do outro.
Os conflitos envolvendo cristãos e muçulmanos na Nigéria já deixaram mais de 12 mil mortos desde 1999, quando foi implantada a sharia (lei islâmica) em 12 estados do norte do país.
Fonte: Estadão
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Rafael Lima
03 março 2010
02 março 2010
Malvinas: Hillary quer "facilitar" o diálogo Londres-Buenos Aires
BUENOS AIRES - A chefe da diplomacia americana, Hillary Clinton, se disse nesta segunda-feira pronta para "facilitar" o diálogo entre o Reino Unido e a Argentina sobre as Ilhas Malvinas.
"O que queremos é tornar mais fácil um diálogo. Mas são os dois países que decidirão entre si", disse ela no avião que a transportava para a capital argentina.
Apesar da derrota numa guerra que custou a vida de 649 soldados argentinos e 255 britânicos, em 1982, a Argentina reivindica a soberania sobre essas ilhas do Atlântico Sul situadas a 500 km de seu litoral, mas ocupadas desde 1833 sob o nome de Falklands pelo Reino Unido.
Washington "possui fortes laços de amizade tanto com a Grã-Bretanha quanto com a Argentina, e estamos preparados para prestar nossa ajuda", comentou por sua vez, em Washington, Philip Crowley, porta-voz da diplomacia americana.
Hillary Clinton deve encontrar em Buenos Aires a presidente argentina Cristina Kirchner.
"O que queremos é tornar mais fácil um diálogo. Mas são os dois países que decidirão entre si", disse ela no avião que a transportava para a capital argentina.
Apesar da derrota numa guerra que custou a vida de 649 soldados argentinos e 255 britânicos, em 1982, a Argentina reivindica a soberania sobre essas ilhas do Atlântico Sul situadas a 500 km de seu litoral, mas ocupadas desde 1833 sob o nome de Falklands pelo Reino Unido.
Washington "possui fortes laços de amizade tanto com a Grã-Bretanha quanto com a Argentina, e estamos preparados para prestar nossa ajuda", comentou por sua vez, em Washington, Philip Crowley, porta-voz da diplomacia americana.
Hillary Clinton deve encontrar em Buenos Aires a presidente argentina Cristina Kirchner.
Fonte: Jornal do Brasil
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Rafael Lima
01 março 2010
Mujica ratifica compromisso com o Mercosul
O novo presidente do Uruguai, José Mujica, reafirmou nesta segunda-feira seu compromisso com a integração regional ao dizer, durante seu discurso de posse, que os uruguaios são "Mercosul até que a morte os separe". "Somos Mercosul até que a morte nos separe, e esperamos uma atitude recíproca", afirmou Mujica diante dos vários presidentes latino-americanos que foram vê-lo jurar o cargo em cerimônia solene no Parlamento de Montevidéu.
O Mercosul é integrado pela Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. A Venezuela está em processo de integração formal, ainda falta ser ratificada pelo Parlamento paraguaio. Em seu primeiro discurso frente à Assembleia Geral (senadores e deputados), Mujica reafirmou seu compromisso com o processo de integração regional.
Compareceram à cerimônia os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva; Fernando Lugo, do Paraguai; Evo Morales, da Bolívia; Álvaro Uribe, da Colômbia; Rafael Correa, do Equador; e Hugo Chávez, da Venezuela.
Além disso, Mujica considerou a presença dos chefes de Estado como "um compromisso com a democracia" e disse: "é bom sentir ''tête-à-tête'' esse apoio".
Ele afirmou que seu Governo, o segundo de esquerda na história do Uruguai, vai fazer "o máximo possível" para destinar recursos à área social. "Atualmente, 2% dos uruguaios vivem abaixo da linha da pobreza, o que é uma vergonha nacional", disse o líder em sua mensagem de posse.
Segundo o presidente recém-empossado, "um em cada cinco uruguaios são pobres. Isso não é justo, mas, além disso, é perigoso. Não queremos um país apenas com números positivos, mas um país bom para viver".
Mujica, que antes e durante a ditadura do Uruguai (1973-1985) esteve preso em duras condições, afirmou que as Forças Armadas do país "estão cheias de pobres". Ele reiterou seu compromisso para apoiar aos soldados com planos de moradia e melhorar seus salários.
Fonte: Terra
O Mercosul é integrado pela Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. A Venezuela está em processo de integração formal, ainda falta ser ratificada pelo Parlamento paraguaio. Em seu primeiro discurso frente à Assembleia Geral (senadores e deputados), Mujica reafirmou seu compromisso com o processo de integração regional.
Compareceram à cerimônia os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva; Fernando Lugo, do Paraguai; Evo Morales, da Bolívia; Álvaro Uribe, da Colômbia; Rafael Correa, do Equador; e Hugo Chávez, da Venezuela.
Além disso, Mujica considerou a presença dos chefes de Estado como "um compromisso com a democracia" e disse: "é bom sentir ''tête-à-tête'' esse apoio".
Ele afirmou que seu Governo, o segundo de esquerda na história do Uruguai, vai fazer "o máximo possível" para destinar recursos à área social. "Atualmente, 2% dos uruguaios vivem abaixo da linha da pobreza, o que é uma vergonha nacional", disse o líder em sua mensagem de posse.
Segundo o presidente recém-empossado, "um em cada cinco uruguaios são pobres. Isso não é justo, mas, além disso, é perigoso. Não queremos um país apenas com números positivos, mas um país bom para viver".
Mujica, que antes e durante a ditadura do Uruguai (1973-1985) esteve preso em duras condições, afirmou que as Forças Armadas do país "estão cheias de pobres". Ele reiterou seu compromisso para apoiar aos soldados com planos de moradia e melhorar seus salários.
Fonte: Terra
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Rafael Lima
Homenagens relembram os 100 anos de Tancredo Neves
Com a presença do ministro das Comunicações, Hélio Costa, e do governador Aécio Neves, será lançado hoje em Belo Horizonte um selo comemorativo do centenário de nascimento do ex-presidente Tancredo Neves. O evento faz parte de uma série de homenagens que irão se prolongar até 21 de abril - o dia de sua morte, um dos traumas nacionais no recente período da redemocratização.
Na quarta-feira, o Congresso realiza uma sessão solene para lembrar o primeiro presidente civil após o golpe militar de 1964. Na quinta, será inaugurada em Belo Horizonte a nova sede do governo do Estado, projetada por Oscar Niemeyer, com o nome do ex-presidente. No mesmo dia reabre em São João Del Rey, completamente reformulado e com o patrocínio de empresas privadas, o Memorial Tancredo Neves. As comemorações prosseguirão nas semanas seguintes com exposições, lançamentos de livros e de um documentário cinematográfico dirigido por Silvio Tendler, homenagens na Academia Brasileira de Letras e no Museu Histórico do Rio e outros eventos.
Tancredo nasceu em São João Del Rey no dia 4 de março de 1910. Foi deputado federal, senador e governador de Minas. Também fez parte do gabinete ministerial de Getúlio Vargas - no período democrático - e ocupou o cargo de primeiro-ministro no curto período parlamentarista que o Brasil teve, no início dos anos 60, no governo de João Goulart.
Tido como político conciliador e hábil articulador político, ele ocupava o cargo de governador de Minas pela segunda vez quando lançou-se candidato a presidente. Foi eleito no dia 15 de março de 1985, pela via indireta, no Colégio Eleitoral. Seria o sucessor do general João Baptista de Figueiredo, o último representante da dinastia de militares que se sucederam no poder desde 1964, e havia enorme expectativa em torno do governo que chefiaria.
Com a posse marcada para 15 de março, ele ainda estava compondo seu ministério quando foi vítima de uma infecção generalizada, que o levaria à morte 31dias depois. Seu vice era José Sarney, oriundo do PDS, antigo partido de sustentação da ditadura. As multidões que saíram às ruas para a despedida final, em São Paulo, Brasília e Belo Horizonte, foram o atestado do trauma que a morte representou para a chamada Nova República.
Passados 25 anos e cinco presidentes, um dos quais apeado do poder por um processo de impeachment, a memória dos 50 anos da carreira política de Tancredo parece cada vez mais reduzida ao período de transição democrática, quando participou da campanha pelas eleições diretas e, em seguida, foi ao Colégio Eleitoral.
"Os jovens não sabem quem ele foi e os mais velhos estão restritos às imagens das Diretas Já. Só quem conhece a história do Brasil sabe quem ele foi realmente", diz Andrea Neves, neta mais velha de Tancredo e principal articuladora das comemorações do centenário.
Para ela, o avô deveria ser lembrado como um intransigente defensor da ordem e dos princípios democráticos. Ao falar sobre o assunto é capaz de arrolar em minutos mais de uma dezena de episódios marcantes da história em que o avô mostrou fidelidade a esse princípios. Um exemplo: "Na eleição do marechal Castelo Branco, no Congresso, só dois deputados votaram contra. Um foi meu avô."
Na quarta-feira, o Congresso realiza uma sessão solene para lembrar o primeiro presidente civil após o golpe militar de 1964. Na quinta, será inaugurada em Belo Horizonte a nova sede do governo do Estado, projetada por Oscar Niemeyer, com o nome do ex-presidente. No mesmo dia reabre em São João Del Rey, completamente reformulado e com o patrocínio de empresas privadas, o Memorial Tancredo Neves. As comemorações prosseguirão nas semanas seguintes com exposições, lançamentos de livros e de um documentário cinematográfico dirigido por Silvio Tendler, homenagens na Academia Brasileira de Letras e no Museu Histórico do Rio e outros eventos.
Tancredo nasceu em São João Del Rey no dia 4 de março de 1910. Foi deputado federal, senador e governador de Minas. Também fez parte do gabinete ministerial de Getúlio Vargas - no período democrático - e ocupou o cargo de primeiro-ministro no curto período parlamentarista que o Brasil teve, no início dos anos 60, no governo de João Goulart.
Tido como político conciliador e hábil articulador político, ele ocupava o cargo de governador de Minas pela segunda vez quando lançou-se candidato a presidente. Foi eleito no dia 15 de março de 1985, pela via indireta, no Colégio Eleitoral. Seria o sucessor do general João Baptista de Figueiredo, o último representante da dinastia de militares que se sucederam no poder desde 1964, e havia enorme expectativa em torno do governo que chefiaria.
Com a posse marcada para 15 de março, ele ainda estava compondo seu ministério quando foi vítima de uma infecção generalizada, que o levaria à morte 31dias depois. Seu vice era José Sarney, oriundo do PDS, antigo partido de sustentação da ditadura. As multidões que saíram às ruas para a despedida final, em São Paulo, Brasília e Belo Horizonte, foram o atestado do trauma que a morte representou para a chamada Nova República.
Passados 25 anos e cinco presidentes, um dos quais apeado do poder por um processo de impeachment, a memória dos 50 anos da carreira política de Tancredo parece cada vez mais reduzida ao período de transição democrática, quando participou da campanha pelas eleições diretas e, em seguida, foi ao Colégio Eleitoral.
"Os jovens não sabem quem ele foi e os mais velhos estão restritos às imagens das Diretas Já. Só quem conhece a história do Brasil sabe quem ele foi realmente", diz Andrea Neves, neta mais velha de Tancredo e principal articuladora das comemorações do centenário.
Para ela, o avô deveria ser lembrado como um intransigente defensor da ordem e dos princípios democráticos. Ao falar sobre o assunto é capaz de arrolar em minutos mais de uma dezena de episódios marcantes da história em que o avô mostrou fidelidade a esse princípios. Um exemplo: "Na eleição do marechal Castelo Branco, no Congresso, só dois deputados votaram contra. Um foi meu avô."
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